RED FLAGS E FRAUDES CORPORATIVAS: ANÁLISE DOS CASOS PETROBRÁS, JBS E ANDRADE GUTIERREZ
Resumo
Este estudo se propôs a verificar se os red flags foram capazes de sinalizar o ambiente fraudulento das empresas Petrobrás, JBS e Andrade Gutierrez, apresentando diferenças estatisticamente significativas nas médias do período sem investigação e o sob investigação de fraude. Foram selecionados 15 red flags da norma de auditoria sobre fraudes e estabelecidas 24 variáveis, mensuradas a partir de informações externas e classificadas segundo os vértices do Triângulo de Fraude de Cressey (1953): Pressão, Oportunidade e Racionalização. Caracterizado como uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa, este estudo utilizou técnicas estatísticas para análise dos dados, tais como, o teste de média não paramétrico Mann-Whitney e o teste Qui-Quadrado. Observou-se que no enfoque pressão apenas a vulnerabilidade a mudanças rápidas no mercado e o fluxo de caixa negativo foram capazes de sinalizar o ambiente fraudulento. Já para oportunidade, os red flags sobre operações significativas com partes relacionadas, PCLD, alta rotatividade do conselho de administração e do comitê de auditoria foram significantes para o período de fraudes. Para racionalização não se observou diferenças significantes para os sinalizadores contemplados neste vértice. Apesar dos resultados indicarem pouca efetividade em sinalizar um ambiente fraudulento, tendo em vista que os sinalizadores analisados não obtiveram resultados recorrentes para as três empresas, conclui-se que não se pode afirmar uma ineficácia dos sinalizadores de fraudes presentes na norma NBC TA 240(R1).