Escrever pode ser prazeroso no contexto escolar?

Palavras-chave: Escrita, Escrita prazerosa, Educação, Subjetividade

Resumo

Escrever, dentre as competências exigidas na disciplina de Língua Portuguesa, insere-se como um desafio para o professor, especialmente no contexto contemporâneo. Poucos estudos abordam a relação entre a escrita e um processo prazeroso, algo que pode ser percebido mais claramente em trabalhos de incentivo à leitura. Objetivou-se, nesse sentido, uma proposta de prática pedagógica que una a escrita escolar ao prazer de se expressar, incentivando os alunos do Ensino Fundamental a desenvolverem uma escrita mais criativa e autônoma. A proposta valoriza a emoção e a subjetividade no processo de produção textual, buscando também superar dificuldades comuns. Essa abordagem se fundamenta na linguística textual, que entende o texto como uma prática discursiva complexa, envolvendo aspectos linguísticos, cognitivos e socioculturais. Para tanto, a metodologia utilizada foi a análise da coleção do ano de 2024-2027 do Manual do professor de Língua Portuguesa aprovada pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) de Língua Portuguesa do 7° ano dos Anos Finais, em que um dos objetivos é instruir o professor como o desenvolvimento da escrita pode ser trabalhado em sala de aula. Os resultados indicam bases teóricas consistentes e propostas didáticas para a construção da escrita de forma prazerosa, dividindo-se entre propostas para valorizar e incentivar: o interesse do aluno; sua subjetividade; sua prática constante e coletividade. Com isso, espera-se auxiliar os profissionais da educação no desenvolvimento do processo prazeroso de escrita dos alunos.

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Biografia do Autor

Adriane de França Simões de Miranda (Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Mestranda em Estudos de Linguagem e Literatura pela UFRRJ. Pesquisa neurolinguística e psicolinguística, com foco em transtornos de linguagem. E-mail: drcaryca@gmail.com

Ingrid Flores Leal Rocha (Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Mestranda em Estudos de Linguagem e Literatura pela UFRRJ. Pesquisa tradução literária e línguas artificiais, com foco em obras literárias e cinematográficas. E-mail: ingridflrocha@ufrrj.br 

Carmem Pimentel (Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Pós-doutorado em Literatura e Crítica Literária PUC-SP (2024); Doutorado em Língua Portuguesa UERJ (2010); Mestrado em Informática UFRJ (2000); Graduação em Letras UERJ (1985); Professora Adjunta de Língua Portuguesa e do PPG de Letras na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Líder do Grupo de Pesquisa Leitura Literária e Escrita Criativa (LeLEC) - UFRRJ/CNPq. E-mail: carmenpimentel@ufrrj.br

Geordan Neves de Oliveira (Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Graduado em Letras – Português, Inglês e Literaturas pela UFRRJ. Tem interesse por pesquisas acerca de manifestações culturais do carnaval, dramaturgia e línguas artificiais, com foco em análise do discurso. Membro do grupo de pesquisa ELMEP - Estudos de letramentos, multiletramentos e ensino de português. E-mail: geordanneves@ufrrj.br

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Publicado
2025-12-01
Como Citar
MIRANDA, A. DE F. S. DE; ROCHA, I. F. L.; PIMENTEL, C.; OLIVEIRA , G. N. DE. Escrever pode ser prazeroso no contexto escolar?. Revista Educação & Ensino - ISSN 2594-4444, v. 9, n. 1, 1 dez. 2025.