A produção científica brasileira e a predominância epistemológica estrangeira

Palavras-chave: Produtivismo acadêmico, Produção de conhecimento, Neoliberalismo

Resumo

Este artigo apresenta uma análise sobre o produtivismo acadêmico buscando problematizar a centralidade de autores estrangeiros em pesquisas brasileiras, objetivando compreender como essa dinâmica pode afetar a produção científica nacional. Fundamentada em uma perspectiva marxista, a investigação pontua as influências do contexto neoliberal na educação e a forma como tem impactado a produção do conhecimento. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, construída a partir da análise de artigos selecionados na base SciELO que abordam o produtivismo acadêmico e a produtividade científica, permitindo mapear tendências teóricas nas pesquisas em educação. A relevância do estudo reside na necessidade de valorizar pesquisadores e publicações brasileiras, contextualizando o debate em sua materialidade histórica e social. Ao evidenciar os efeitos de certa dependência em relação a utilização de autores e paradigmas estrangeiros, a pesquisa contribui para fortalecer debates sobre a autonomia intelectual e a democratização do conhecimento, reafirmando o papel crítico da universidade pública brasileira.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lívia Vitória Silva (Nova Iguaçu - RJ, Brasil), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Graduanda no Curso de Pedagogia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e pesquisadora no Grupo de Estudos e Pesquisas em Ensino Superior e Pesquisa em Educação (ESPE/UFRRJ)

Lattes: http://lattes.cnpq.br/1443317536120538

E-mail: pro.vitoria02@gmail.com

Aline de Carvalho Moura (Nova Iguaçu - RJ, Brasil), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares (PPGEduc/UFRRJ) e do Departamento de Educação e Sociedade (DES/UFRRJ). Doutora em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Lattes: http://lattes.cnpq.br/9092581029501852.

E-mail: licacmoura@hotmail.com 

Referências

ANTUNES, A. L.; RODRIGUES, P. A. M.; BRANDÃO, Z. Hierarquias acadêmicas na pesquisa em educação. Educação e Pesquisa, v. 45, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ep/a/LKVvMmLLcjkWG4ZBJ79ZKLy/?lang=pt. Acesso em: 19 fev. 2025.

ANTUNES, R. Trabalho e precarização numa ordem neoliberal. In: CLACSO ‒ Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales (Org.). La ciudadanía negada: políticas de exclusión en la educación y el trabajo. Buenos Aires: CLACSO, 2000. Disponível em: < https://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/gt/20101010021549/3antunes.pdf >. Acesso em: 12 set. 2025.

BIANCHETTI, L.; VALLE, I. R. Produtivismo acadêmico e decorrências às condições de vida/trabalho de pesquisadores brasileiros e europeus. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, v. 22, n. 82, p. 89–110, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ensaio/a/McWkP54pFcYWp9t9Y48YftJ/?format=html. Acesso em: 03 jul. 2025.

CENCI, A. V. Neoliberalismo, capital humano e educação. In: FÁVERO, Altair Alberto; TONIETO, Carina; CONSALTÉR, Evandro (Org.). Leituras sobre educação e neoliberalismo. Curitiba: CRV, 2020. p. 87-106.

DIAS, R.; SERAFIM, M. Comentários sobre as transformações recentes na universidade pública brasileira. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior (Campinas), v. 20, n. 2, p. 335–351, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/aval/a/BTMnbmLwpMQXnxWqy6ybRpz/?lang=pt. Acesso em: 28 mai. 2025.

FRIGOTTO, G. Os circuitos da história e o balanço da educação no Brasil na primeira década do século XXI. Revista Brasileira de Educação, v. 16, n. 46, p. 235–254, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/VJmZWSR66pkB3948p76yRVx/?lang=pt. Acesso em: 17 nov. 2024.

MAGNIN, L. S. L. T.; TAKAHASHI, A. A política de avaliação da produtividade acadêmica brasileira sob a ótica dos pesquisadores: uma meta-síntese. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior (Campinas), v. 26, n. 3, p. 742–758, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/aval/a/mMgDQjLkgDfGdLKYKQM6qrQ/?lang=pt. Acesso em: 02 dez. 2024.

MARX, K. O Capital: crítica da economia política. Livro 1. São Paulo, SP: Editora Nova Cultura, 1996.

MAURENTE, V. S. Neoliberalismo, ética e produtividade acadêmica: subjetivação e resistência em programas de pós-graduação brasileiros. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, v. 23, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/icse/a/Nh5gRFbPMDbk9FJqVk75GCC/?lang=pt. Acesso em: 12 jan. 2025.

MOURA, A. C.; SANTOS, F. O.; LIMA, J. C. Difusão e democratização de conhecimento em tempos de produtivismo acadêmico-científico. Rev. Pemo, Fortaleza, v. 6, n. e10985, 2024. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/revpemo/article/view/14260. Acesso em: 02 set. 2025.

OLIVEIRA, A. S. D.; PEREIRA, M. S.; LIMA, L. M. Trabalho, produtivismo e adoecimento dos docentes nas universidades públicas brasileiras. Psicologia Escolar e Educacional, v. 21, n. 3, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pee/a/V3Twyq9cC536hK6PyGqhQBQ/?lang=pt. Acesso em: 28 nov. 2024.

REGO, T. C. Produtivismo, pesquisa e comunicação científica: entre o veneno e o remédio. Educação e Pesquisa, v. 40, n. 2, p. 325–346, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ep/a/Y7kSww5RQSQRSs89g3sjgrh/?lang=pt. Acesso em: 03 jul. 2025.

TREIN, E.; RODRIGUES, J. O mal-estar na academia: produtivismo científico, o fetichismo do conhecimento-mercadoria. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro: ANPEd; Campinas: Autores Associados, v. 16, n.48, p.769-819, set./dez. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/mm7qsk7QXtTLHKD6DqdR5Kv/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 30 jun. 2025.

VILAÇA, M. M.; PALMA, A. Diálogo sobre cientometria, mal-estar na academia e a polêmica do produtivismo. Revista Brasileira de Educação, v. 18, n. 53, p. 467–484, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/v3pjhCJJHd8qWghnnm57tch/?lang=pt. Acesso em: 19 abr. 2025.

VIEIRA, J. A.; CASTMAN, A. S.; JUNGES JUNIOR, M. L. Produtivismo acadêmico: representação da universidade como espaço de reprodução social. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior (Campinas), v. 26, n. 1, p. 253–269, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/aval/a/LJXc6k8hdgqCYsgY8zrWw3c/?lang=pt. Acesso em: 28 mar. 2025.

ZUIN, A. A. S.; BIANCHETTI, L. O produtivismo na era do "publique, apareça ou pereça": um equilíbrio difícil e necessário. Cadernos de Pesquisa, v. 45, n. 158, p. 726–750, out. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cp/a/Y7QSC9yjWMB5XWJMz6K99hd/?lang=pt. Acesso em: 15 maio 2025

Publicado
2025-11-30
Como Citar
SILVA, L. V.; DE CARVALHO MOURA, A. A produção científica brasileira e a predominância epistemológica estrangeira. Revista Educação & Ensino - ISSN 2594-4444, v. 9, n. 1, 30 nov. 2025.